O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, respondeu pelo twitter às declarações do empresário Jorge Gerdau em entrevista ao jornal Zero Hora, no domingo (4). Gerdau fez críticas ofensivas à situação econômica e administrativa do Rio Grande do Sul. Entre elas, ele disse: "se olharmos a logística de São Paulo e a nossa, é irritante. E como São Paulo fez? Com concessões, mas nós as suspendemos. A presidenta Dilma faz os leilões com boas condições de juro e de competitividade, mas um Estado falido e sem dinheiro festeja estatização das estradas. E é a própria Zero Hora que nos informa: os primeiros sinais de buracos já estão começando a aumentar. O nível de poupança define o de investimento, até para atrair empréstimos externos. Estamos estagnados". Gerdau é coordenador da Câmara de Gestão e Planejamento do Governo Federal.
E fez ironias, criticando a postura dos gaúchos, que "estão felizes, mas por acomodação". "Afinal, se comparar a qualidade de vida daqui, o churrasquinho do final de semana, um baita desafio que é o Gre-Nal...". O governador Tarso Genro rebateu o magnata gaúcho do aço e conselheiro de Dilma, afirmando que Gerdau foi "ofensivo" aos gaúchos. Para Tarso, "considerar acomodado o povo" porque "ele gosta de Gre-Nal e churrasco é não saber o que é povo. E é ofensivo. É não reconhecer quanto este povo já lutou e luta pela sua dignidade, pela sua capacitação, pelo seu salário, pelo seu direito ao trabalho".
Ao rebater as declarações de Gerdau, o governador assinalou que "acomodados são os que pensam que podem governar por fora dos processos eleitorais: uma democracia sem povo, afinal ele é ‘acomodado"’. "O desprezo ao mundo da política é o mesmo desprezo arrogante que as ditaduras sempre demonstraram aos processos democráticos", acrescentou.
Se há maior exemplo de acomodação e patrimonialismo é o de Gerdau que fez sua fortuna parasitando o Estado, as estatais, sendo um dos grandes beneficiários das privatizações, principalmente da siderurgia. Por isso mesmo defende as "concessões", isto é, as privatizações de estradas.
Fonte: Jornal Hora do Povo